HISTÓRIA E TRADIÇÃO
A palavra enxoval tem origem árabe, vem de “ax-xawār” que na língua árabe significa dote de casamento. No francês a palavra para enxoval é “trousseau” que quer dizer enxoval da noiva e vem da palavra “trousse”, uma espécie de embrulho ou trouxinha em que a noiva levava seus pertences para o novo lar.
Estima-se que desde a Idade Média as mocinhas já eram ensinadas a bordar, costurar, fazer crochê e tricot para a produção do seu enxoval. Era gasto muito tempo neste processo e isto ajudava a transmitir o conhecimento sobre lua de mel e casamento da mãe para a filha, era uma forma de estimular a sensualidade da noiva.
No Brasil colonial e também em outros países, o casamento formal tinha grande importância e no dote – obrigação do pai da noiva – o enxoval tinha lugar de destaque. Estavam incluídos no enxoval da noiva artigos pessoais de vestuário, como a camisola de núpcias, roupas, mobiliário, têxteis de cama, mesa e banho ricamente bordados pelas mulheres da família ou pelas escravas. Era essencial que os lençóis e a camisola das núpcias fossem brancos. Nesta época possuir um enxoval era essencial para a realização do casamento. O número de peças de um enxoval refletia o nível econômico da família.
A quantidade média era de quatro dúzias de cada item como lençóis de linho, toalhas de mesa e banho, guardanapos de pano. Nas famílias mais ricas o enxoval era bordado com monogramas ou com o brasão da familia.
A montagem do enxoval representava o rito de passagem que transformava a filha menina em mulher, na dona da sua própria casa. O enxoval era tão importante que, nas famílias mais abastadas, em caso de viuvez ou separação, o enxoval voltava para a mulher. As peças de enxoval eram minuciosamente discriminadas no contrato de casamento para que no futuro nao houvessem dúvidas de que elas estavam intimamente ligadas à sua dona.
Esta tradição foi se dissipando com o tempo até que na década de 70 devido à mudança do papel da mulher na sociedade, sua entrada no mercado de trabalho e ao desenvolvimento tecnológico das indústrias têxteis este ritual caiu em desuso, o enxoval tornou-se mais acessível. A participação da família na montagem do enxoval reduziu e a troca de experiências passou a se restringir ao aconselhamento sobre a qualidade e utilidade do enxoval.
Porém, mesmo com todas as mudanças sociais e culturais, a tradição e a magia em torno do enxoval e do leito nupcial permanecem. Posso arriscar a dizer, que todas as noivas desejam dormir sobre um lindo conjunto de lençóis, ou servir uma refeição com todo requinte.
A vida moderna tem exigido um estilo mais prático do que requintado e os jovens casais preferem as peças de enxoval de fácil manutenção às peças que exigem maior cuidado. Além disso, como atualmente o enxoval também acompanha a moda, as pessoas têm deixado de lado aquele conceito do enxoval para o resto da vida. De qualquer maneira, seja o enxoval composto por peças mais requintadas ou mais práticas ele ainda é um dos itens mais importantes durante os preparativos para o casamento. Diferente do que acontecia no passado, fazer enxoval é uma das últimas etapas do processo do casamento, uma vez que, o enxoval deve fazer parte da decoração.
Um belo enxoval e de qualidade não é um privilégio apenas para as noivas, afinal nunca é tarde para transformar novamente sua cama em um lindo leito nupcial refazendo assim os votos de amor e de carinho.
Fonte: Revista Ego's / postagem: Jardimdebençãos
Fonte: Revista Ego's / postagem: Jardimdebençãos
Muito interessante o texto, sou à moda antiga, não tenho previsão de quando vou casar (estou noiva), mas já faço enxoval há um tempinho.
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